segunda-feira, 10 de maio de 2010

Resenha Crítica

UNIVERSIDAD POLITÉCNICA E ARTÍSTICA DEL PARAGUAY – UPAP
RECTORADO Y FACULTAD DE ESTUDIOS DE POSTGRADO
MCAL. LOPES C/ MAYOR BULLO - ASSUNCION
CIUDAD DEL ESTE – AVENIDA ALEJO GARCIA C/ CONSTRUCIÓN

Ministrante.:Professor Dr. Stélio João Rodrigues
Mestrando: Aírton Leite Bastos

RESENHA CRITICA

VALORES, ÉTICA E EDUCAÇÃO

O Professor Dr. Stelio João Rodrigues, desenvolveu sua tese de mestrado em Psicopedagogia na cidade de Havana Cuba, intitulada “A Vida Como Bem Maior” dentro de uma perspectiva de interesse voltado em valores a serem desenvolvidos na educação, pertinentes a uma boa condição de vida humana Dentro do espaço escolar naquilo que se referem à educação, determinados valores são fundamentais ao processo de crescimento do ser humano tais como valores morais, éticos, religiosos, ambientais, todos esses porem orientados através de exemplos vivos dentro da sociedade e da família.
Para Rodrigues, os valores são atitudes voltadas a uma boa educação, sendo que estes valores deverão ser apresentados a criança, percebendo-a como criança, e não em uma perspectiva de adulto, como enfatiza Piaget, crianças não são adultos em miniatura.
Nesta perspectiva, o amor é fundamental como valor intrínseco representado no dialogo entre pais e filhos expondo valores religiosos, como experiência pessoal, amor ao próximo e empatia que se desenvolve entre os segmentos sociais expostos, resultando uma confiança pessoal estável dentro do desenvolvimento dos valores apresentados.
A escola em seu contexto plural, incluindo seus educadores, deve consolidar os valores éticos e morais, com amor ao trabalho, paciência na reprodução dos conteúdos curriculares para que a aquisição e apreensão sejam entendidas com objetivos que justifiquem a construção de sua cidadania que, se inicialmente são legitimados de forma individualizada, deverá ser entendida como valores do contexto social integral do meio ao qual esta criança esta inserida causando afeto naquilo que se apresenta, de uma forma racionalmente entendida e absorvida, sendo concretizada na prática pessoal.
Naturalmente a natureza humana é compelida a busca do conhecimento, através do exercício da curiosidade, esta se consolidou através da curiosidade. Na busca pelo novo, através de sua curiosidade, está também a formação de um novo homem, daquele que utiliza sua capacidade ilimitada de inventar e aprender, e sempre estar se fazendo novo, ou buscando uma constante renovação.
Este novo homem dentro de suas relações sociais e culturais precisa estar ajustado dentro de uma integração e coerência comportamental, para tornar-se eficiente quando de sua atuação na sociedade, em um clima de alegria, que lhe traga coragem para a realidade dos problemas que a ele se apresenta, administrando conflitos internos e externos com controle emocional positivo gerando um bom relacionamento interpessoal extensivo a comunidade diante do seu próprio exemplo de controle no sentido do ser homem.
Dentro desta atuação do homem sobre a natureza, provocando modificações, é fundamental que novos valores sobre a consciência dos resultados que estão sendo provocados na natureza, os problemas causados ao clima, a água e a outros valores de vida renováveis, através de condutas de valores simples tais como cuidar do próprio ambiente local na produção de lixo não facilmente degradável, seu cuidado de acondicionamento, sua necessidade de reciclagem, contribuindo assim para a produção de trabalho com energia limpa e sustentabilidade de forma duradoura, observando os erros do passado e utilizando estas experiências nefastas para não repeti-los no futuro, com valores agressivos a sustentabilidade do planeta.
Esta é uma situação inusitada dentro da axiologia da educação, porém com um elevado grau de relevância dentro dos valores educacionais da atualidade.
Para o autor, os valores a serem abordados dentro de uma consciência ambiental devem ser de forma diferenciada daquela educação como a conhecemos, não sendo necessariamente uma prática pedagógica voltada para a transmissão de conhecimentos sobre ecologia, mais envolvente, onde o aprender a lidar com os recursos naturais sem uma agressão ao meio ambiente faça parte integrante da memória subjetiva do alunado como um conjunto de fatores que engloba, ao mesmo tempo, o meio cósmico, geográfico, físico e o meio social, com suas instituições, sua cultura, seus valores.
Portanto, faz parte da função do professor criar condições para que o aluno aprenda a aprender, através da busca pessoal do conhecimento partindo daquilo que nem sabe o que não sabe e elucidando os saberes necessários conduzi-lo a transformação de sua vida. Neste espaço, a utilização da pedagogia dialógica é bem vinda para desenvolver grupos sociais abertos a novas manifestações culturais e educacionais, oferecendo oportunidade de envolvimento político desempenhando um papel critico dentro de uma nova sociedade.
O tema educação através da valoração está descrito de forma interessante e o autor encontra respaldo na concepção de Camargo & Bernardino onde entendem que, sem transmitir os valores humanos universais, não há como formar cidadãos éticos e preparados para viver em sociedade, onde nesta confluência o pertencimento escolar, de acordo com Bastos, é fundamental na compreensão dos valores éticos e morais, pois a criança ao sentir-se pertencente ao ambiente começa a perceber com maior clareza os fundamentos desses valores. Importante também a abordagem sobre a ética como analise de estudo dentro da escola em uma escala de valores a ser aprendido, integrada na formação total de homem, não simplesmente como aquele que tem procedimentos corretos, mas também aquele que alem disso é uma pessoa admirada pela sociedade, um exemplo a ser seguido por todos, e uma pessoa a qual se possa usar como referência de procedimento no sentido de valores morais, pois também Camargo & Bernardino analisam que, é preciso dar o exemplo, os adultos precisam praticá-los em seu dia-a-dia, nas pequenas e nas grandes atitudes.
A educação através de valores fundamentais dentro de princípios morais e éticos tanto no sentido humano de convivência pessoal quanto no sentido humano de convivência ambiental e de sustentabilidade deverá estar implícita no currículo escolar da educação para o século que se inicia. Goergen analisa que no mundo moderno, a noção subjetiva de valor não é absoluto, mas depende da necessidade de um juízo. Valor, portanto, é aquilo que é estimado como tal através de um juízo.
Finalmente, a educação sempre se faz a partir de bases axiológicas, portanto fundamentada em determinados valores e visando, por outro lado, a transmissão, reprodução, ou criação de novos valores, defender-se-á a idéia de que é necessária uma discussão sobre valores pelos diversos membros da escola e uma opção por uma metodologia para ensiná-los, sejam os professores, em sua formação inicial e continuada, seja os alunos nos exemplos a seguirem.

REFERÊNCIAS

BASTOS, Aírton L. Escola e Pertencimento HTTP://futsalairton.blogspot.com 2010 – acesso 08/02/2010.

NICHOLSON, Clara K. – Antropologia y Educacion – Paidos, Buenos Aires – 1969

PIAGET, Jean. A construção do real na criança. Rio de Janeiro, Zahar, 1984.

VIGOTSKY, L.S. A Formação Social da Mente, Martins Fontes, São Paulo, 2000.



PEDRO GOERGEN Educ. Soc., Campinas, vol. 26, n. 92, p. 983-1011, Especial - Out. 2005 983 Disponível em

Paulo de Camargo e Juliana Bernardino A moral da história
http://educarparacrescer.abril.com.br/comportamento/formacao-valores-413152.shtml

http://biblioteca.universia.net/ficha.do?id=643912 Autor(es): Menin,Maria Suzana De Stefano -

sábado, 10 de abril de 2010

Resenha Crítica

VALORES, ÉTICA E EDUCAÇÃO

O Professor Dr. Stelio João Rodrigues, desenvolveu sua tese de mestrado em Psicopedagogia na cidade de Havana Cuba, intitulada “A Vida Como Bem Maior” dentro de uma perspectiva de interesse voltado em valores a serem desenvolvidos na educação, pertinentes a uma boa condição de vida humana Dentro do espaço escolar naquilo que se referem à educação, determinados valores são fundamentais ao processo de crescimento do ser humano tais como valores morais, éticos, religiosos, ambientais, todos esses porem orientados através de exemplos vivos dentro da sociedade e da família.
Para Rodrigues, os valores são atitudes voltadas a uma boa educação, sendo que estes valores deverão ser apresentados a criança, percebendo-a como criança, e não em uma perspectiva de adulto, como enfatiza Piaget, crianças não são adultos em miniatura.
Nesta perspectiva, o amor é fundamental como valor intrínseco representado no dialogo entre pais e filhos expondo valores religiosos, como experiência pessoal, amor ao próximo e empatia que se desenvolve entre os segmentos sociais expostos, resultando uma confiança pessoal estável dentro do desenvolvimento dos valores apresentados.
A escola em seu contexto plural, incluindo seus educadores, deve consolidar os valores éticos e morais, com amor ao trabalho, paciência na reprodução dos conteúdos curriculares para que a aquisição e apreensão sejam entendidas com objetivos que justifiquem a construção de sua cidadania que, se inicialmente são legitimados de forma individualizada, deverá ser entendida como valores do contexto social integral do meio ao qual esta criança esta inserida causando afeto naquilo que se apresenta, de uma forma racionalmente entendida e absorvida, sendo concretizada na prática pessoal.
Naturalmente a natureza humana é compelida a busca do conhecimento, através do exercício da curiosidade, esta se consolidou através da curiosidade. Na busca pelo novo, através de sua curiosidade, está também a formação de um novo homem, daquele que utiliza sua capacidade ilimitada de inventar e aprender, e sempre estar se fazendo novo, ou buscando uma constante renovação.
Este novo homem dentro de suas relações sociais e culturais precisa estar ajustado dentro de uma integração e coerência comportamental, para tornar-se eficiente quando de sua atuação na sociedade, em um clima de alegria, que lhe traga coragem para a realidade dos problemas que a ele se apresenta, administrando conflitos internos e externos com controle emocional positivo gerando um bom relacionamento interpessoal extensivo a comunidade diante do seu próprio exemplo de controle no sentido do ser homem.
Dentro desta atuação do homem sobre a natureza, provocando modificações, é fundamental que novos valores sobre a consciência dos resultados que estão sendo provocados na natureza, os problemas causados ao clima, a água e a outros valores de vida renováveis, através de condutas de valores simples tais como cuidar do próprio ambiente local na produção de lixo não facilmente degradável, seu cuidado de acondicionamento, sua necessidade de reciclagem, contribuindo assim para a produção de trabalho com energia limpa e sustentabilidade de forma duradoura, observando os erros do passado e utilizando estas experiências nefastas para não repeti-los no futuro, com valores agressivos a sustentabilidade do planeta.
Esta é uma situação inusitada dentro da axiologia da educação, porém com um elevado grau de relevância dentro dos valores educacionais da atualidade.
Para o autor, os valores a serem abordados dentro de uma consciência ambiental devem ser de forma diferenciada daquela educação como a conhecemos, não sendo necessariamente uma prática pedagógica voltada para a transmissão de conhecimentos sobre ecologia, mais envolvente, onde o aprender a lidar com os recursos naturais sem uma agressão ao meio ambiente faça parte integrante da memória subjetiva do alunado como um conjunto de fatores que engloba, ao mesmo tempo, o meio cósmico, geográfico, físico e o meio social, com suas instituições, sua cultura, seus valores.
Portanto, faz parte da função do professor criar condições para que o aluno aprenda a aprender, através da busca pessoal do conhecimento partindo daquilo que nem sabe o que não sabe e elucidando os saberes necessários conduzi-lo a transformação de sua vida. Neste espaço, a utilização da pedagogia dialógica é bem vinda para desenvolver grupos sociais abertos a novas manifestações culturais e educacionais, oferecendo oportunidade de envolvimento político desempenhando um papel critico dentro de uma nova sociedade.
O tema educação através da valoração está descrito de forma interessante e o autor encontra respaldo na concepção de Camargo & Bernardino onde entendem que, sem transmitir os valores humanos universais, não há como formar cidadãos éticos e preparados para viver em sociedade, onde nesta confluência o pertencimento escolar, de acordo com Bastos, é fundamental na compreensão dos valores éticos e morais, pois a criança ao sentir-se pertencente ao ambiente começa a perceber com maior clareza os fundamentos desses valores. Importante também a abordagem sobre a ética como analise de estudo dentro da escola em uma escala de valores a ser aprendido, integrada na formação total de homem, não simplesmente como aquele que tem procedimentos corretos, mas também aquele que alem disso é uma pessoa admirada pela sociedade, um exemplo a ser seguido por todos, e uma pessoa a qual se possa usar como referência de procedimento no sentido de valores morais, pois também Camargo & Bernardino analisam que, é preciso dar o exemplo, os adultos precisam praticá-los em seu dia-a-dia, nas pequenas e nas grandes atitudes.
A educação através de valores fundamentais dentro de princípios morais e éticos tanto no sentido humano de convivência pessoal quanto no sentido humano de convivência ambiental e de sustentabilidade deverá estar implícita no currículo escolar da educação para o século que se inicia. Goergen analisa que no mundo moderno, a noção subjetiva de valor não é absoluto, mas depende da necessidade de um juízo. Valor, portanto, é aquilo que é estimado como tal através de um juízo.
Finalmente, a educação sempre se faz a partir de bases axiológicas, portanto fundamentada em determinados valores e visando, por outro lado, a transmissão, reprodução, ou criação de novos valores, defender-se-á a idéia de que é necessária uma discussão sobre valores pelos diversos membros da escola e uma opção por uma metodologia para ensiná-los, sejam os professores, em sua formação inicial e continuada, seja os alunos nos exemplos a seguirem.


REFERÊNCIAS

BASTOS, Aírton L. Escola e Pertencimento HTTP://futsalairton.blogspot.com 2010 – acesso 08/02/2010.

NICHOLSON, Clara K. – Antropologia y Educacion – Paidos, Buenos Aires – 1969

PIAGET, Jean. A construção do real na criança. Rio de Janeiro, Zahar, 1984.

VIGOTSKY, L.S. A Formação Social da Mente, Martins Fontes, São Paulo, 2000.

PEDRO GOERGEN Educ. Soc., Campinas, vol. 26, n. 92, p. 983-1011, Especial - Out. 2005 983 Disponível em

Paulo de Camargo e Juliana Bernardino A moral da história
http://educarparacrescer.abril.com.br/comportamento/formacao-valores-413152.shtml

http://biblioteca.universia.net/ficha.do?id=643912 Autor(es): Menin,Maria Suzana De Stefano -

sexta-feira, 5 de março de 2010

Escola e Pertencimento (Artigo)

ESCOLA E PERTENCIMENTO

AÍRTON LEITE BASTOS


RESUMO

O artigo discorre sobre a questão do pertencimento social como algo fundamental ao aluno em relação ao processo de ensino/aprendizagem, o sentido e o sentimento escolar, tendo como ponto de partida a necessidade do ser humano de conviver em sociedade ou então fazer parte ou pertencer a um grupo social. Apesar de o homem sentir-se como tal e perceber que está inserido no sistema social humano flutuando em vários níveis, este irá sentir-se melhor, mais alegre, mais produtivo, mais capacitado quando o sentido de pertencimento for concretizado. A escola é o segundo segmento social do ser, e o segundo também em importância, tornando-se necessário que esta promova sua inserção sem, contudo deixar que o mesmo manifeste sua identidade particular. Nesta perspectiva, o professor é fundamental, como mediador, na escola, em virtude de ser um comunicador de conhecimento. Mas para que este seja apreendido, o aluno necessita sentir-se pertencente e incluído naquele espaço para, a partir dele, ampliar suas relações e integrar-se à sociedade, de uma nova maneira, compreendendo as lógicas específicas da condição de viver e pertencer à sociedade humana. Conclui que o sentido do pertencimento à escola influencia o desempenho escolar, assim como a capacidade de seu desenvolvimento como sujeito sócio-histórico.


Palavras Chave: Escola. Pertencimento. Aprendizagem


RESUMEM


El articulo analiza La cuestion de sociales fundamentales como algo pertenecientes a La estudiante de proceso de enseñanza y aprendizaje y La escuela, teniendo como sentir La necesidad de que los seres humano vivir em sociedad o parte o pertenecen a um grupo social. A pesar de hombre sentir como tal y se dan cuenta de que se inserta en el sistema social humano flotando en muchos niveles, esto se sentirá mejor, más alégre, más productivo y más calificado cuando se consigue el sentido de pertinencia. La escuela es el segundo segmento de ser, y la segunda en importancia y que esto promueve su integración sin dejar que el mismo expresa su identidade particular. El profesor es essencial como mediador en la escuela, en virtude de se un conocimiento de communicator. Pero para este renoie las necesidades de estudiantes a sentir la pertinencia y uncluido en ese espacio, del mismo, ampliación sus relaciones e integrar la sociedad humana. Llega a la conclusión de que el sentimiento de pertenencia a la actuación de la escuela de influencias, así como el desarrollo de la capacidad como um tema socio-historico.



Palabras clave: Escuela. Pertenecimiento. Aprendizaje.



INTRODUÇÃO
O homem é um animal social, nasceu para viver em sociedade, sendo muito difícil sua convivência isolada. Todo homem busca um grupo de pessoas para sua convivência apesar do reducionismo individual da cultura industrial capitalista atual.
Nos primeiros anos de vida a pessoa observa o seu derredor, e percebe a presença de outras pessoas, fazendo uma relação entre si própria e o outro se entende como pertencente a aquele grupo social. Durante este período de tempo inicial de sua vida, percebe a presença de outras pessoas que não compõe o seu grupo social, também que existem outros grupos, mas se acha segura e tranqüila apenas em seu próprio reduto familiar ou então de vizinhança. Dentro deste reduto se sente alguém, percebe que tem voz, que tem autonomia, que tem deveres e direitos, consegue interagir e se desenvolver, aprender e ensinar, afinal, é alguém pertencente a um determinado grupo social, e por isso é feliz.
Ao iniciar o período escolar, a criança passará a construir um novo grupo de pertencimento social. Este evento quase sempre vem acompanhado de uma ruptura que irá provocar um intenso impacto emocional, o qual deverá ser bem compreendido ou então, causará transtornos permanentes em sua vida. Muitos pais preparam os seus filhos para esta ruptura, porém a grande maioria não tem esta visão, não consegue perceber os conflitos internos que seu filho vem passando e não conseguem entender as dificuldades de aprendizagem que o mesmo apresenta. Muitos alunos demoram aceitar esta ruptura e passa a vida escolar longe de entender a nova sociedade “A Escola” , como a qual agora ele pertence
Muitos professores percebem que os alunos estão em adaptação e, como tal trazem consigo vários problemas de capacitação pessoal, muito mais ligados a este estranho e novo mundo do que efetivamente por falta de capacidade intelectual. Contudo a grande maioria dos professores não percebe a relevância de conquistar o aluno para inseri-lo neste meio, fazendo com que este se entenda como pertencente a este novo grupo, no sentido de seu desenvolvimento pessoal e no processo positivo do seu aprendizado curricular escolar, pois de acordo com Clara Nicholson (1969, p.38) “[...] podemos explicar uma parte muy amplia de su conducta únicamente em términos de pautas de acción y pensamientos adquiridos socialmente, [...]”
Pertencer a um grupo tal como a família ou a escola, por exemplo, é importante principalmente para crianças e adolescentes. “Estos modos adquiridos de conducta son resultados directo de la ínter-estimulación con otros seres humanos.” Clara Nicholson (1969, p. 38)
É esse sentimento que estimula comportamentos participativos, cooperativos e solidários. É também esse sentimento que eleva a estima da criança e ajuda-a a construir sua identidade, pois ela se percebe reconhecida pelo grupo e o reconhece. Além disso, fazer parte de um grupo auxilia a criança e o adolescente suportar e aceitar melhor as regras de convivência que reprimem tantos impulsos, a ter um maior controle emocional, e buscar ajuda quando necessário para desenvolver um trabalho, ou auxiliar os colegas.
Mas não podemos esquecer que, para a criança e o adolescente sentirem que realmente pertencem a um grupo, não basta estar inserido em um contexto escolar, é preciso que os mesmos tenham o entendimento social, a figura das lideranças, das escalas hierárquicas e deles mesmo, como parte atuante e importante dentro de suas potencialidades, porque mais do que ninguém, cada qual se percebe quem é dentro da estrutura social do grupo.
Portanto a escola, em toda a sua estrutura funcional precisa demonstrar vínculo de pertencimento ao aluno para contribuir com a construção do seu próprio sócio-histórico pessoal.

DESENVOLVIMENTO

AS RAÍZES DO SENTIMENTO DE PERTENCER HUMANO
O processo de civilização desde o seu início sentiu a necessidade que, para sobreviver o homem dependia da integração do com seus pares, formando uma sociedade capaz de produzir elementos de subsistência em seu meio, e este como pertencente a uma destas sociedades sentiu precisava ser aceito como elemento atuante da mesma. Essa ênfase ao pertencimento social é decorrente dos vários elementos que ameaçavam constantemente a integridade dos grupos humanos no passado, tais como: a luta contra feras em busca de comida, as guerras, as doenças e a guarda dos espaços territoriais. Simone Weil (2001) entende que o enraizamento territorial é parte fundamental do ser humano, pois a necessidade de pertencer a terra acrescenta a necessidade de pertencer a uma coletividade. Para ela: Um ser humano tem raiz por sua participação real, ativa e natural na existência de uma coletividade que conserva vivo certos tesouros do passado e certos pressentimentos do futuro. Participação natural, ou seja, ocasionada automaticamente pelo lugar, nascimento, profissão, meio. Cada ser humano precisa ter múltiplas raízes. Precisa receber a quase totalidade de sua vida moral, intelectual, espiritual, por intermédio dos meios dos quais faz parte naturalmente. WEIL, 2001, p. 43
Essa necessidade de coesão criou no homem o conceito de pertencimento social que gradativamente ajudaram a cristalizar um sistema de idéias sobre a expectativa da sociedade em relação ao papel social do indivíduo.
Em contrapartida a segurança que o pertencimento a um grupo social trazia ao homem, a presença de grupos sociais diferentes trazia preocupações, pois os mesmos poderiam ocupar territórios até então desfrutados por seu grupo de pertencimento, se tornando uma ameaça. Sempre que alguém de outro grupo social ou étnico social diferente era capturado, era considerado não pertencente ao grupo, era desprezado e tinha uma vida difícil. O avanço da civilização trouxe consigo, de acordo com Santos Jr. ET all; [...] “uma tendência desenraizante”[...], a qual influência na capacidade do homem a realizar plenamente sua condição humana. Para eles: “Estar enraizado é estar domiciliado em sua própria morada, ou, em outras palavras, sentir-se em casa” (SANTOS Jr. ET all 2006 p.8).
Rachel Gazzola (1996) dentro de uma concepção de ser livre entende que o aspecto liberdade não esta somente no ato de ir e vir, mas no fato de ter raízes ou uma identidade dentro de uma sociedade, e pertencer a um grupo social ou seja:
Ser livre é pertencer, crescer, desenvolver-se e ter identidade a partir de um grupo que é a extensão de si mesmo, é poder reconhecer se no grupo e através dele, adquirir e poder mostrar a própria identidade. GAZZOLA (1996, p. 26)

Assim sendo está na raiz primitiva do homem este sentimento de pertença, que o deixa desconfortável tanto quando em grupos sociais estranhos, ou quando há estranhos em seu grupo social. Este desconforto contribui para que tenha uma queda na sua capacidade de atenção concentrada, na elaboração de um bom planejamento e raciocínio e tenha conturbada sua intencionalidade de sua ação, pois os mesmos irão sofrer forte influencia externa pelo elemento estranho. “O ser humano desenraizado é expropriado de sua própria vida, perde a capacidade de conduzi-la e de encontrar nela sentido”. (SANTOS Jr. ET all 2006 p.9). Por isso mesmo é tão importante o sentimento de pertencer a uma sociedade, pois como afirma GAZZOLA (1996, p. 26); “Ora esse enraizamento [...] pressupõe uma dádiva e uma profunda emoção de pertencismo mútuo e unificador”.

A ESCOLA COMO ESPAÇO SOCIAL
De acordo com os Princípios Pedagógicos e epistemológicos do planejamento educacional do estado do Paraná, a escola é historicamente entendida como local de transmissão do conhecimento acumulado pela humanidade, com finalidade de desenvolvimento físico, intelectual, social e emocional do educando, tendo em vista a construção do ser humano na sua totalidade alcançando desta forma sua autonomia intelectual e moral. Conforme Sonia Casarin (2010) “A escola surge na vida da criança como um dos principais ambientes extras familiares. Lá ela inicia a socialização, compartilha conhecimentos e amplia seu universo”. Entretanto, o espaço escolar tem sofrido forte influência ideológica da cultura industrial capitalista , a qual incentiva o privilegio intelectivo escolar, em detrimento de outras dimensões da formação escolar tais como física, social, emocional e afetiva. A corrida desenfreada rumo à capacitação intelectual como marco de referência de boa escola, deixa relegado a um segundo plano o ser humano e o seu desenvolvimento global, e transportando este ser a um conceito individualista fruto desta ideologia. Para Cristiane Oliveira (2010)
A escola não pode continuar a desenvolver o papel de agência produtora de mão de obra. Seu objetivo principal deve ser formar o educando como homem humanizado e não apenas prepará-lo para o exercício de funções produtivas, para ser consumidor de produtos, logo, esvaziados, alienados, deprimidos, fetichizados.
Ao percebermos exemplos de grandes pensadores da educação referente aos processos de aprendizagem cognitivos, podemos destacar Wallon (1975 apud, SOUZA, et all in Gestão da Escola Pública, Caderno 2: Planejamento e Trabalho Coletivo), o qual entende o processo de aprendizagem dentro de parâmetros com um conjunto de quatro ações: a emoção, a imitação, a motricidade e o social, onde esses elementos marcados por uma estreita interdependência geram a possibilidade de apropriação do conhecimento, onde a falta de qualquer um deles criará dificuldades na construção do conhecimento e conseqüentemente do ser global.
Assim sendo, os espaços responsáveis na formação do processo de educação deverão orientar-los para a necessidade da relação subjetividade-objetividade, buscando compreender estas relações, uma vez que, de acordo com Vygotsky, os homens se constroem na convivência e na troca de experiências.
Para Michael Young (2007), a proposta neoliberal que percorreu a educação por um determinado tempo, deixou lacunas abertas que dirigiram o pensamento do educador no sentido da produtividade e da capacitação para o trabalho, afastou do aluno a capacidade de se sentir pertencente a sociedade escolar no sentido amplo da palavra. Atributos como uma matricula que lhe posicione um determinado número de cadastro escolar e o uniforme utilizado naquele espaço, são muitas vezes as únicas coisas que fazem o alunado demonstrar pertencimento a uma determinada escola.
O sentido de pertencimento escolar que se pensa como ideal para o alunado é aquele que promova alem do conteúdo curricular, a emoção e a afetividade que o espaço escolar possa proporcionar entre as pessoas dos colegas e dos professores.

PERTENCIMENTO
Haja vista que o homem é um animal social, e a história da humanidade contribuiu e ainda contribui para o sentimento de pertencer a alguma coisa, ou algum grupo, não é mais possível nem permitido que a escola fique longe da observação deste conceito.
A velocidade da vida deflagrada pela sociedade industrial efetivando o consumo como uma necessidade humana, fez com que a escola, professores, passasse a contemplar o conteúdo e os métodos como o principal condutor do sistema de ensino. Dentro de uma abordagem predominantemente tecnicista, corre atualmente a nossa escola, tendo como parâmetro mediador do processo ensino aprendizagem a necessidade da educação voltada para a produção do trabalho com vistas ao consumo, relevando as mediações preconizadas por Vygotsky e Wallon , entre outros, do sistema de signos e da emocionalidade.
Esta velocidade que a vida emprega, na correria do dia a dia, fez cair no esquecimento a subjetividade e a abstração. A ausência da filosofia nas escolas durante muitas décadas também contribuiu para que o livre pensar fosse praticamente extinto do processo escolar de aprendizagem.
Atualmente o alunado tem dificuldades em sentir-se pertencente a escola pois se percebe, uma relutância em usar o uniforme, uma depredação dos espaços escolares, uma falta de cuidados com os ambientes de uso coletivo, como se aqueles espaços não fizessem parte de suas vidas, esquecendo que os espaços comuns também são seus, de seu uso pessoal e que apenas deverão compartilhá-los com os outros componentes da sociedade escolar. Para Laís Mourão (2009, p. 1) o homem atual “[...] desconhece as relações que o tornam humano e ignora tudo que não esteja direta e imediatamente vinculado ao seu próprio interesse e bem-estar”. Aqui podemos inserir o contexto bem-estar particular, como não conseguindo dividir espaços comuns pensando-os seus, transformando a escola em terra de ninguém.
Este alheamento do espaço escolar não tem trazido à escola apenas problemas de ordem material, mas também tem carregado em seu bojo as dificuldades de aprendizado, problemas de disciplina, falta de respeito entre aluno-professor e aluno-aluno, violência no espaço escolar culminando com agressão física entre alunos e até professores, pois para Miriam Abramoway (2004) a escola demonstra “[...] desinteresse pela cultura, pelas condições e pela vida dos jovens, características que vão muito além de sua identidade como alunos”.
De acordo com Miriam Abramoway (2004), “Um dos conflitos verificados no cotidiano escolar é a falta de dialogo entre os adultos (professores, diretores e outros membros do corpo técnico pedagógico) com os jovens”.
Portanto, o sentido de pertencimento à escola, como espaço social seu, ou seja, fazendo parte de sua vida cotidiana onde o mesmo possa em uma dialética social que transcenda o aprender curricular ampliar sua capacidade de entendimento de mundo e de sociedade, torna-se aqui componente fundamental no processo ensino aprendizagem curricular escolar, assim como na construção e formação do seu próprio histórico social e pessoal.
Na visão de Laís Sayão (2002)
[...] não podemos esquecer que, para a criança e o adolescente sentirem que realmente pertencem a um grupo, não basta dar a eles um sobrenome ou um uniforme. É preciso promover a inclusão deles no grupo. Sim, porque eles, mais do que ninguém, percebem quando se faz o jogo do faz-de-conta que eles pertencem ao grupo.

Este sentido de pertencimento não é uma situação inatingível na escola, visto que apenas um maior nível de oportunidade de envolvimento entre os componentes da escola, alunos professores, funcionários e direção, ira estreitar os laços sociais entre as diferentes escalas hierárquicas fazendo aumentar o nível emocional causando maior afeto naquilo que é exposto aumentando assim a capacidade racional. Ao expor o conteúdo de sua disciplina, o professor deixa de ser apenas um estranho falando de coisas difíceis, e passa a ser um componente importante no seu convívio social, que como vimos é de importância fundamental para a vida do ser humano.

CONCLUSÃO
A escola como espaço de desenvolvimento humano, dentro de sua função social em repassar os conteúdos acumulados pela humanidade ao longo do tempo, cumpre em parte o seu papel. Contudo, ao exercer sua função dentro de uma proposta neoliberal, esta deixou de atender o aluno como pessoa no sentido global de ser, empurrando o a margem da sociedade escolar fazendo com que o mesmo perdesse o sentido de pertencimento trazendo consigo todos os problemas inerentes a falta de componentes dentro do conjunto de quatro ações recomendada por Wallon (1975), ou seja, a emoção e o social.
Portanto um esforço conjunto entre os vários níveis hierárquicos da escola, tanto dentro da escola quanto em seus componentes que a compõe, poderá melhorar no alunado o sentido de pertencimento, melhorando os níveis de aprendizado, pelo aprimoramento do sentir-se humano e o sentido de pertencer efetivamente à sociedade escolar.
Este sentido de pertencimento irá trazer ao aluno e a escola um melhor comportamento pessoal, e um aumento na capacidade de captação e apreensão dos conteúdos escolares, assim como uma melhor socialização entre os elementos humanos componentes da sociedade escolar.
BIBLIOGRAFIA

ABRAMOWAY, Mirian Os Jovens e o Pertencimento no Espaço Escolar www.miriamabramovay.com/site/index.php?option 23/02/2010

CASARIN, Sonia. http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/educacao-especial/trio-afinado-511141.shtml 08/02/2010

GOLEMAN, D. Inteligência Emocional – Objetiva 51ª Ed. São Paulo - 1995

MOURÃO, Laís – Pertencimento - www.cetrans.com.br/artigos/Lais_Mourao.pdf 2009 - 12/02/2010

NICHOLSON, Clara K. – Antropologia y Educacion – Paidos, Buenos Aires – 1969

OLIVEIRA, Cristiane Kuhn de A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA http://www.webartigos.com/articles/26970/1/A-FUNCAO-SOCIAL-DA-ESCOLA/pagina1.html.

PROPOSTA Curricular de Santa Catarina – Ioesc – Florianópolis – SC 1998

GAZOLLA, Rachel, REFLEXÕES ÉTICO-POLÍTICAS SOBRE AS RAÍZES
DA NOÇÃO DE LIBERDADE NA FILOSOFIA GREGA ANTIGA www.ifch.unicamp.br/publicacoes/index.php?p=livro... 23/02/2010

SANTOS JR., J. S., et all, Natureza, Enraizamento e Desenvolvimento Situado: Por um Mundo com Terra.

SAYÃO Roseli... Pertencer a um grupo -a família ou a escola, por exemplo- é importante, principalmente para crianças e adolescentes. ...
HTTP://www.google.com.br/url?q=http://inforum.insite.com.br › Cultura -, 25 Jul 2002 – 14/02/2010.

SOUZA, A. R., et all Gestão da Escola Pública, Caderno 2: Planejamento e Trabalho Coletivo. Curitiba, ISBN 2005

WEIL, Simone. O Enraizamento. Tradução de Maria Leonor Loureiro, Editora da Universidade do Sagrado Coração – EDUSC, Bauru, 2001
YOUNG, Michael. Para que servem as escolas? Educ. Soc. Vol. 28 nº 101 Campinas Set./Dez. 2007