quinta-feira, 10 de setembro de 2009










Este jogo foi criado e adaptado no Colegio Estaduasl Estanislau Wrublewski em Santana, Cruz Machado, Paraná. Por ser um jogo adaptado utilizando uma atividade conhecida na região, (Bet ombro) e o jogo americano de beisebol, foi muito bem aceito e entendido.

sábado, 5 de setembro de 2009



Futsal: Sistema de Ataque “Padrão Redondo”

Aírton Leite Bastos
União da Vitória – PR – Brasil
cabobasto@yahoo.com.br


Resumo

A situação vivida na época da transição do Futebol de Salão para o Futsal, exigia que posturas diferentes fossem adotadas pelas equipes em atividades. Nesta situação surgiu a idéia de desenvolver um sistema de jogo envolvente que viesse a se transformar além de um sistema, uma atitude de jogo que desse uma dinâmica envolvente e prendesse a atenção dos expectadores, razão de ser da existência do esporte. Valeu a luta e dedicação dos jogadores que se dispuseram a desenvolver uma idéia apresentada a eles fizeram com que o sistema “Padrão Redondo” nascesse e crescesse em importância, assim como se desenvolvesse cada vez mais, fosse ponto de partida para muitas outras criações e adaptações buscando sempre a melhoria dos movimentos nos jogos, melhorando sua plasticidade visual, contemplando cada vez mais o jogo como um espetáculo atrativo para o público e a mídia. Se modificações foram feitas, alterações provocadas o que ficou foi a natureza de movimentação total e constante de bola e jogadores, não dando intervalo entre uma posse de bola e outra acrescentando muito em dinamismo de ação. Podemos detalhar também como importante a transformação ocorrida durante os treinos que exigem da equipe técnica um estudo aprofundado em neurofisiologia e psicomotricidade, o que trouxe como conseqüência um melhor nível técnico ao desenvolvimento esportivo que passou a ser tratado com mais profissionalismo.

Palavras chave: Padrão de Jogo – Movimento de Bola constante – Atitude de jogo



1 Introdução

O Padrão Redondo surgiu da necessidade de mudanças no sistema de jogo do Futebol de Salão. Com as mudanças que estavam acontecendo nas regras do Futebol de Salão, aqueles sistemas ortodoxos, não levariam o esporte a evolução esperada para torná-lo um esporte Olímpico, era necessário, portanto algumas mudanças nos padrões de jogo.
Veio então a idéia do “Globo da Morte” em que três motoqueiros andam dentro de um pequeno globo, em círculos padronizados por velocidade constante e percurso, sem se chocarem. A partir dessa idéia passou-se a adotar o rodízio circular, em que todos os jogadores estariam em movimento ao mesmo tempo, e não apenas aquele de posse de bola, o que abriu então um leque de opções de jogadas, posicionamentos, lançamentos, movimentos em “W”, movimento em paralelas e diagonais, expandindo as possibilidade de jogo de forma tão infinita que a cada dia que passa se percebe um movimento novo, ou uma jogada diferente partindo do mesmo principio padrão.
O mesmo foi batizado então de “Padrão do Redondo” e posteriormente “Padrão Redondo”, com grande sucesso nos resultados alcançados por aqueles que o adotaram. Alguns treinadores o aperfeiçoaram ao seu estilo, e alguns jogadores que atuaram como iniciantes do movimento e futuramente se tornaram treinadores, foram aperfeiçoando cada vez mais o movimento “Padrão Redondo”.


2 Referencial Teórico

Ao tentar implantar o padrão redondo a preocupação era que este não fosse apenas mais uma idéia de movimento que se tornasse inviável e confuso, mas sim um sistema de ataque que desse ao jogo um movimento de bola constante.
Na tentativa de buscar algo novo, e que ficasse longe daquele modelo ortodoxo predominante, foram feitas análises de várias equipes e de vários esportes, buscando uma idéia que se adaptasse ao Futsal e ao então recém criado Padrão Redondo.
O que mais chamou a atenção foi o modelo de “Jogo de Triângulos” utilizado pelo Chicago Bulls, e criado pelo seu treinador Phill Jackson. Segundo Jackson (www.whatphrasri.int.net/eng/phill%20jackson.htm), a necessidade de se criar e utilizar o “jogo de Triângulos”, surgiu do isolamento de “Jordan”. Para Jackson a forte marcação exercida pelos adversários em cima de Jordan isolava jogadores com menor capacidade de precisão nos arremessos, com a inclusão do jogo de triângulos, o vai e vem da bola descrevendo triângulos em várias direções, faria com que em determinado momento o sistema de ataque conseguiria isolar Jordan, seu melhor arremessador.
Dividindo então o jogo de futsal em etapas teria inicialmente a defesa, com uma postura agressiva dando o mínimo de espaço para o adversário, deixando sempre uma ponte para troca de passes laterais, porém sem permitir que seu jogo evoluísse ou criasse um volume relevante. Imprimindo uma velocidade de trajetória de bola sempre em ritmo aumentado, faz com que o adversário cometa erros que proporcionem a posse de bola a quem está defendendo.
Com posse de bola a defesa iria fazer a transição para o contra ataque, inicialmente um contra ataque imediato ou como observa Carvalho (2001), um contra ataque primário, fazendo a bola flutuar em movimento constante, em forma de triângulos mais obtusos com toques de primeira ou no máximo dois toques, trocando sempre no sentido lateral diagonal, obrigando a defesa adversária balançar a cabeça. Em um segundo momento, se a bola tivesse que retornar para trás em um movimento de ângulo mais fechado, desenhando um triangulo mais reto, seria então o posicionamento ainda de contra ataque, que citando Carvalho (2001) pode-se chamar de contra ataque secundário. Esta situação ainda conta com o movimento inicial do contra ataque primário, mas com uma característica diferenciada nos movimentos angulares dos triângulos, agora mais retos, com a bola flutuando entre uma lateral e outra, voltando para trás e para frente ainda com o objetivo de balançar a cabeça da defesa adversária, e não deixá-lo tomar uma postura defensiva com base sólida, mas sim fazendo com que sua defesa esteja sempre com coberturas e dobras em um lado proporcionando o isolamento de jogadores para o arremate final.
O ataque deve estar dividido em dois momentos, o primeiro momento é a troca de passes entre os companheiros, buscando o movimento “Padrão Redondo”, com bolas longas e curtas em movimento circular constante dos jogadores e movimento de bola em triângulos, fazendo a defesa flutuar de um lado a outro e da frente para trás e vice versa até que em um segundo momento quando a bola fosse infiltrada nas costas da defesa obrigando dobras e coberturas, tivesse início um rali de bolas rápidas e movimento constante até isolar um jogador em condições de arremate, em uma situação idêntica aquela de contra ataque.
Este movimento de bola constante no ataque e contra ataque, tem como objetivo de acordo com Carvalho (2001, p. 15), “[...] isolar jogadores em situação de arremesso [...]”, ou seja, desgarrar um jogador do grupo para receber a bola isoladamente em condições de arremate imediato e preferencialmente no sentido oposto ao da bola.
Então, o ritmo constante do “Padrão Redondo”, somado à trajetória em triângulos da bola, fez com que aumentasse o movimento de bola e de jogadores, aumentasse a plasticidade do jogo deixando o jogo mais aberto aumentando o número de gols marcados, tornando-se um espetáculo melhor aos expectadores. Assim o sistema “Padrão Redondo” deixa de ser apenas um sistema ataque para se transformar em uma atitude de jogo, em que defesa ataque e contra ataque se tornam movimentos de um limiar muito próximos que se confundem entre si.
Como conseqüência exige uma maior preparação física, técnica e tática. A preparação técnica e tática de acordo com Tubino e Moreira (2001, p. 167) “[...] é componente de um treinamento desportivo responsável pela melhoria das possibilidades técnicas de uma equipe”. O preparo técnico busca de acordo com Tubino e Moreira (2001, p. 167) “[...] o automatismo desejável dos gestos esportivos, a fluência dos vários movimentos em conjunto”. Paralelo a isso o preparo tático busca o desenvolvimento do pensamento tático. Esta situação exige do atual jogador de futsal inserido no “Padrão Redondo” uma nova orientação espacial.

2.1 Neurofisiologia aplicada ao Padrão Redondo

Conforme a estrutura de jogo estabelecida pelo padrão redondo é assimilada pelos jogadores, se percebe a necessidade de transcender a forma de treinamento saindo daquele lugar comum de físico puramente físico, técnico individual voltado para a aquisição e melhoria das habilidades dentro das capacidades de cada um e tático dentro de um plano de jogo estático com jogadas previamente desenhadas.
Ao movimentar a bola de um lado a outro da quadra, com movimentos triangulares para frente e para trás em alta velocidade, os jogadores de defesa balançam a cabeça em movimentos rápidos procurando a bola, arrancam velozmente e trocam constantemente de direção até que em determinado momento perdem a orientação espacial. Isto acontece porque na orelha se encontra órgão vestibular-coclear. Compõe o aparelho vestibular o utrículo e o sáculo que com os canais semicirculares com um liquido denominado endolinfa, são partes integrantes dos mecanismos responsáveis pela manutenção do equilíbrio. Localizado nas paredes do sáculo e do utrículo está a mácula, área sensorial responsável pela decteção e orientação da cabeça, na mácula estão os otocônios e as células ciliares que fazem as sinapses com os neurônios sensoriais do nervo vestibular.
Quando em movimentação a endolinfa dos canais semicirculares move-se na direção oposta ao movimento da cabeça, e quando ocorre uma parada brusca ou uma rápida troca de direção, a endolinfa tende a continuar a rodar. Neste momento ocorre a parada dos disparos das células ciliares, assim os canais semicirculares transmitem um sinal de polaridade que a cabeça começa a rodar, e de polaridade oposta para a cabeça parar de rodar e de acordo com Kovalco,
www.biociencia.org/index (1998) “A rápida troca de direção desequilibra a pessoa por conter informações conflitantes[...]”.
O primeiro passo é estabelecer novas ligações neuronais não utilizadas durante a fase de treinamento tecnicista especialista das antigas funções ortodoxas do futsal. Baseados em Goleman (1995, p.238) que enfatiza “[...] por um processo conhecido como “poda”, o cérebro, na verdade, perde ligações neuronais menos usadas e forma outras, fortes, nos circuitos sinápticos mais utilizados”. Os jogadores então irão construindo em sua memória coletiva um mapa de novos caminhos de bola, que irão compor o engrama coletivo do grupo.
Ao analisar as jogadas que surgem dentro do movimento do padrão redondo, se percebe que algumas delas têm uma estrutura bastante complexa e de difícil execução, entretanto, essas estruturas partiram de estruturas mais simples, que no treinamento foram realizadas através de algumas seqüências de sub-rotinas hierarquicamente organizadas para executar um plano de metas de jogadas. As sub-rotinas são partes de movimentos treinados separadamente e que no final compõe o movimento total ao rodar o padrão redondo. Assim o desenvolvimento das jogadas se estabelece no cognitivo através de um processo de acúmulo de conteúdos organizados em vários movimentos relacionados dentro da mesma estrutura hierárquica denominada por Ausubel, Novak e Hannesian (1980) in Tani (2002), de subsunção.
Assim os treinamentos ganharam novas dimensões, pois os jogadores não podem se limitar a fazer o movimento exigido pelo jogo, mas também atuar sobre ele pensando e analisando criticamente o sentido do movimento, para que esse faça parte do engrama coletivo, o que determinou uma nova estrutura de treinos a partir de então.

2.2 O Treinamento

A partir da nova idéia de utilização do padrão redondo como movimento de bola constante e das sub-rotinas para estabelecer signos e subsunçores, os treinamentos passaram a simular situações de jogo que desenvolvidas separadamente através de JDC fariam parte de um todo quando acionada a subsunção. Este desenvolvimento se estabelece dentro de uma tendência Crítico Superadora defendida por um Coletivo de Autores (2003), em que o conhecimento buscado é sistematizado em ciclos e tratado de forma historicizada e espiralada, conforme o seu grau de complexidade, e também em uma tendência Crítico Emancipatória defendida por Kunz (2001) que parte da concepção de movimento dialógica em que o movimento humano é entendido como uma das formas de comunicação com o mundo.
Torna-se também necessário uma análise mais expressiva nas capacidades individuais que de acordo com Tani (2002), são na sua maior parte determinadas geneticamente, poucas em número não sofrendo mudanças com a prática, e nas habilidades coletivas, que se consegue alcançar com a prática constante, são muitas em número, são modificáveis através da prática e experiências capacitadoras, porém dependem das capacidades.
A análise crítica feita durante os treinos pelos componentes da equipe, irá esclarecer onde, quando, porque e como utilizar determinado movimento, pois de acordo com Tani (2002, p. 112) “[...] o ser humano, na aprendizagem, adquire habilidades que implicam saber como, quando e onde utilizar movimentos de maneira a atingir eficazmente objetivos estabelecidos intencionalmente”.
Assim o oferecimento durante esses treinamentos de oportunidades desafiadoras aos jogadores, mas praticáveis por eles, de acordo com Bruner(1978) in Tani (2002), poderão levá-los a uma progressão do desempenho atlético, e esse desempenho atlético ira formar no conjunto total dos jogadores a composição tática da equipe.
Assim sendo, com o padrão definido e os treinamentos efetivados de forma hierárquica durante os coletivos e os jogos, irão aparecer as oportunidades de jogadas em movimento de bola constante que foram adquiridos e apropriados durante os treinamentos, onde serão acionados pelos subsunçores quando do reconhecimento dos signos durante o jogo, assim como as variáveis para transpor os obstáculos de defesa criados pelo adversário. Isto irá acontecer pelo maior número de ligações neuronais que os jogadores irão adquirir durante os treinos, pois este processo de acordo com Golemam (1995, p. 238) “[...] é constante e rápido; formam-se ligações sinápticas em questão de horas ou dias, a experiência [...] esculpe o cérebro”.
Portanto, o treinamento desportivo passou a ficar mais complexo exigindo da equipe técnica um maior conhecimento na área da neurofisiologia e psicomotora, assim como dos jogadores uma maior dedicação em movimentos aparentemente infantis e fora do contexto paradigmático até então conhecido por todos.


3 Desenvolvimento Metodológico

O sistema de jogo “padrão Redondo” apresenta como diferencial de qualidade positiva uma postura com atitude objetiva durante todo o jogo, sua movimentação total de bola e de jogadores dão uma plasticidade ao jogo que torna agradável ao público expectador. Ainda cria dificuldades para a defesa adversária, que pelo rodar da cabeça perde facilmente a orientação espacial e o equilíbrio dinâmico permitindo ao ataque a concretização do arremate quase sempre em condições de marcar o gol. Ao fazer uma defesa agressiva sobre o adversário este também deverá fazer um movimento intenso para não perder a posse de bola, o que dará uma dinâmica de grande movimentação em todo o decorrer do jogo.
Em contra partida, é um sistema de jogo que pode não dar o resultado esperado quando realizado em uma quadra com medidas mínimas e uma defesa posicionada atrás da linha intermediária de sua própria quadra. Outra situação que pode prejudicar a utilização do padrão redondo é o pouco número de jogadores para uma troca constante, já que o ritmo exigido pelo jogo força necessariamente a presença de um grande número de jogadores capacitados para não deixar que o ritmo caísse durante as trocas.

3.1 O Padrão Redondo

a) Partindo da posição 3 x 1
b) Antes do lançamento do goleiro o jogador do meio sai na diagonal
c) O jogador da posição pivô deriva para a ala oposta à saída do homem do meio
d) O goleiro lança a bola a um dos alas. Neste momento a equipe estará em 2 x 2
e) Ao receber a bola o jogador passa ao colega da ala oposta e deriva para o meio
f) A bola é lançada de volta, com o colega em posição mais centralizada
g) Ao receber carrega a bola para cima do próprio companheiro que lhe fez o passe
h) Este desce ao fundo da quadra
i) Os outros dois até então no fundo se deslocam no mesmo sentido circular.
j) O jogador de posse de bola faz o passe ao colega que acabou de entrar na ala
k) E este inicia um novo movimento rotativo.


3.2 Defesa Adversária

O movimento circular do padrão redondo impõe a defesa adversária uma obrigatoriedade de flutuação atrás do seu marcador, caso não o faça este jogador poderá entrar por dentro, pelo meio e receber a bola para dar início ao rali com o jogo de triângulos. A defesa adversária ao se defrontar com o sistema padrão redondo, encontrará muitas dificuldades para uma boa defesa, pois:
a) Fica impossibilitada de praticar uma boa defesa por zona.
b) Se as alas estiverem abertas, a bola será lançada pela diagonal do meio, tanto ao jogador do mesmo lado quanto ao jogador do fundo oposto.
c) Se o meio estiver fechado a bola poderá ser lançada na paralela da linha lateral.
d) Os defensores deverão acompanhar na marcação dificultando a troca e a flutuação.
e) O defensor terá dificuldade em acompanhar seu marcador, pois se o acompanhar de muito perto perderá o contato com ele em uma troca brusca de direção, se acompanhar de longe deixará espaço para a bola entrar.

Para uma equipe que se depara com um adversário jogando em um “Padrão Redondo” bem executado, resta a alternativa de puxar sua defesa para além da intermediária de sua própria quadra, onde os espaços para infiltrar a bola ao ataque e desenvolver os triângulos fica mais reduzido, aumentando os erros não forçados de passes, diminuindo o espaço para o isolamento do jogador que irá buscar o arremate final. Além disso, a velocidade de execução que o padrão redondo exige deixará seus executores em linha, o que proporcionará uma saída facilitada ao contra ataque quando da roubada de bola.





4 Considerações Finais e Conclusão

Muitas são as equipes que se valem do sistema de jogo “Padrão Redondo”, algumas dessas equipes são treinadas hoje por pessoas que quando atletas vivenciaram a elaboração deste sistema, outros tantos utilizam por terem gostado da aplicabilidade do sistema, contudo o que mais importa é que este sistema cresceu se expandiu e atingiu seu objetivo inicial que era o de ser uma alternativa de jogo ao Futsal.
Também se percebe que ao longo dos anos o padrão redondo foi sofrendo algumas modificações e adaptações, porém as mesmas não fogem do princípio básico de sua criação, que é o movimento total de jogadores e velocidade continuada da bola. Algumas dessas modificações se percebem ficaram melhores que a idéia original, outras nem tanto, porém todas elas têm sua razão existencial de ser.
Algumas equipes com jogadores fora de série utilizam este sistema para justamente isolar seu craque em condições de arremate, pois o mesmo sofre uma marcação pessoal muito forte, outras equipes sem contar em suas fileiras com um destaque potencial, o utilizam para dar a força necessária do conjunto, pois na movimentação constante joga-se sempre com quatro jogadores em condições de arremate.
Houve também durante o período de existência do padrão redondo, uma adaptação dos atletas no sentido de não mais buscar uma posição fixa e especializada, mas sim uma atuação em todos os setores da quadra sem detrimento de nenhuma delas.
Desta forma entende-se que o sistema de jogo “Padrão Redondo” vem contribuindo para o desenvolvimento evolutivo das equipes de Futsal, assim também como contribui com a criatividade de treinadores e jogadores na formulação de novas maneiras de aproveitar uma idéia simples, mas com grande influência na formação de maneiras diversas de atuar no Futsal.


5 Bibliografia

CARNAVAL, Paulo. Cinesiologia Aplicada aos Esportes R. J., Sprint 2ª ed 2002
CARVALHO, Valter. Basquetebol – Sistemas de Ataque e Defesa R.J. Sprint 2001
CASTRO, S.V. – Anatomia Fundamental – S. Paulo, MacGraw-Hill Ltda – 3ªed. 1985
COLETIVO DE AUTORES. Educação Física & esportes. Perspectivas para o Século XXI, Papirus; Campinas, 2003.
GOBBI, L.T. e UEHARA, E.T.,
www.efdeportes.com/efd76.locom.htm Locomoção sobre obstáculos após perturbação no sistema vestibular em pré púberes: relação com características antropométricas e desempenho em capacidades físicas 2008
GOLEMAN Daniel. Inteligência Emocional – Rio de Janeiro – Objetiva, 1995
TANI, Go et al. Educação Física Escolar Fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista. E.P.U. São Paulo, 2002.
KOVALCO, K.
www.biociencia.org/index.1998 Aparelho Vestibular 2008
KUNZ, Elenor – Educação Física – Ensino e Mudanças – Unijui Ijui 2001
KUNZ, Elenor. Transformação Didático Pedagógica do Esporte. Unijui, Ijui, 2003.
TUBINO, M. G. e MOREIRA S. B. Metodologia Científica do Treinamento Desportivo Rio de Janeiro, Shade – 13ª ed. 2003
________Face em Revista – União da Vitória, Uniporto, 2006
http://www.abc.saude.com.br/artigos%202008
www.whatphrasri.int.net/eng/phill%20jackson.htm



domingo, 30 de agosto de 2009

Exercícios relacionados ao Futsal e podem servir para o Futebol.


Aírton Leite Bastos

Defesa
· A defesa no futsal exige que seus atletas estejam atentos na velocidade da trajetória da bola, pois os mesmos deverão percorrer o espaço existente entre eles e o oponente que estiver marcando e que irá receber a bola no mesmo tempo. Quando a bola chegar ao seu marcador, ele deverá chegar também. Seu objetivo não é inicialmente roubar esta bola, mas pressioná-lo para que dificulte seu passe e proporcione uma roubada de bola pelo seu outro colega.
· No futebol moderno, a defesa precisa ser agressiva para retomar a posse de bola no ataque e partir para a transição de contra ataque, portanto o treinamento de defesa do futsal irá proporcionar uma acentuada melhora na velocidade de trajetória de bola criando uma consistência defensiva.
· O treinamento de defesa no futsal exige também uma movimentação de flutuação para organizar dobras e coberturas, fechando os espaços de passagem da bola
· A flutuação na defesa no futebol também irá agir para fechar os espaços e dar cobertura, exigindo uma troca de bola longa e por isso mesmo com nível de risco maior ocasionado erros de passe.
· A marcação da velocidade de trajetória de bola irá melhorar também a agressividade do atleta à bola, antecipando o oponente no lance.

Ataque
· O ataque deverá iniciar com trocar de bola em dois toques rápidos até dar inicio ao rali de ataque.
· Ao iniciar o rali a bola deverá ser trocada entre os jogadores com maior velocidade de passe, em triangulações para frente, para trás, para a direita, para a esquerda, nas diagonais avante e atrás.
· Neste momento a movimentação sem bola é fundamental para que ninguém necessite prender a bola e carregá-la além de dois toques ou no máximo três.
· Nesta movimentação sem bola existe a necessidade de jogadores deixarem sua posição original para darem apoio à seqüência de triângulos, para isso é necessária também a cobertura aos setores vazios por atletas fora da linha de triângulos.
· Para que o rali flua normalmente é necessário aos jogadores, terem um bom domínio de bola, uma boa antecipação, (ataque) à bola, uma velocidade de pensamento e de visão das aberturas que estão consolidadas no momento do primeiro toque, e principalmente para aquelas que irão surgir no futuro quando do seu segundo toque.
· Esta triangulação rápida, com viradas constantes de jogo, irá criar um balanço na cabeça dos marcadores influenciando o funcionamento do aparelho vestibular
futsaldobastos.blogspot.com , no artigo “Padrão Redondo”, dificultando a marcação e interceptação da passagem da bola.

Contra Ataque
· Para que se consiga criar situações de contra ataque nos treinos, é necessário que o jogo seja apenas unilateral, ou seja, apenas uma equipe ataque, enquanto a outra defenda e contra ataque.
· Este tipo de treinamento desportivo é bastante interessante, pois poderá dar-se uma ênfase importante ao ataque, posteriormente a defesa, concomitantemente com o trabalho de contra ataque.

Planilha de Exercícios
Conforme poderemos perceber a seguir na planilha de exercícios, não existe um exercício que tenha utilidade apenas para uma situação. Os exercícios são congruentes entre si, ou seja, quando esta trabalhando o ataque de um lado poderá estar trabalhando a defesa do outro lado. Da mesma forma, um exercício de ataque também poderá estar contribuindo para a melhora do passe, ou do deslocamento sem bola de um lado, e do outro poderá estar contribuindo para a melhora da velocidade de deslocamento na defesa da trajetória de bola, ou na cobertura de corredores diagonais opostos que irão se abrir, e outras tantas situações.

Exercícios de defesa utilizando o jogo de futsal
· Jogos cinco contra quatro
o Quem esta em cinco necessita passar mais a bola
o Quem esta em quatro precisa driblar mais e passar mais rápido, sua movimentação sem bola deve ser acentuada.

· Exercícios de ataque utilizando o futsal
o Jogo de dois toques com arremate ao gol de primeira
o Jogo de dois toques não podendo devolver a bola para o mesmo atleta de quem recebeu
o Jogo de dois toques não podendo tocar a bola no sentido inverso ao que recebeu apenas em um sentido diferente.

Exercício de Contra Ataque
o Ao roubar uma bola, ou interceptar sua trajetória, o atleta que o fizer deverá passá-la a um seu colega imediatamente, pois a tendência é de uma pressão sobre ele na seqüência do lance.
o Doravante então esta bola deverá passear de um lado a outro da quadra, o mais rápido possível tanto na velocidade do passe como na velocidade de sua trajetória, não dando oportunidade de recompor a defesa.
o A defesa deverá estar sempre tentando fazer coberturas, assim em um dado momento à equipe que contra ataca, irá isolar um jogador na frente do gol em condições reais de arremate imediato e sem marcação.




· Exercícios de passe
o Jogo de um toque
o Jogo de dois toques

· Exercícios de chute
o Jogo de dois toques sem goleiro com arremate a gol apenas de primeira

· Exercícios de movimentação sem bola.
o Jogo de dois toques com arremate ao gol de primeira
o Jogo de dois toques não podendo devolver a bola para o mesmo atleta de quem recebeu
o Jogo de dois toques não podendo tocar a bola no sentido inverso ao que recebeu apenas em um sentido diferente.

Conclusão
O futsal é um jogo realizado em dimensões reduzidas do ponto de vista do futebol por isso mesmo o acompanhamento didático pedagógico do processo ensino aprendizagem fica mais consistente e mais fácil de orientar. O único inconivente é que o número de jogadores que poderão ser orientados de cada vez também é reduzido o que aumenta a carga horária do treinador. Contudo essa situação poderá ser resolvida com a contratação de um profissional especialista neste tipo de treinamento.
Durante o trabalho nas categorias de base, esse processo ensino aprendizagem utilizando o futsal é importante pela proximidade do treinador com o atleta, criando laços que irão afetar a criação e o desenvolvimento do engrama do atleta futuro. Uma vez produzido marcas cognitivas importantes na memória de longo prazo, o trabalho utilizando o futsal poderá acompanhar o atleta ao longo de toda sua carreira, para reavivar as chamas escondidas no inconsciente, que precisam ser reavivadas de tempos em tempos.
Portanto, o treinamento do futebol utilizando o futsal como ferramenta de auxilio na produção e apropriação de movimentos é algo que poderá e deveria ser utilizado em todos os estágios da passagem dos jogadores pelos clubes.
Entretanto, desconheço algum clube que utilize esta ferramenta, ou por não conhecer sua utilidade, ou por não entender que a mesma seja relevante no processo de evolução da equipe

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A Sinergia existente entre o Futebol e o Futsal

A Sinergia existente entre o Futebol e o Futsal


1 Introdução

A ânsia de revelar jogadores de futebol muitas vezes atropela o método empregado pelas pessoas responsáveis no desenvolvimento do treinamento desportivo das categorias de base das equipes
O que normalmente ocorre atualmente é que os meninos que estão treinando para craque, ainda não o são, porém tem como referencia aqueles que o são, e com a facilidade de acesso a informações dos atos desportivos daqueles, estes querem imitá-los, nos seus gestos técnicos, nas suas firulas, nos seus dribles, nos seus trejeitos, principalmente aqueles que fazem quando não da disputa de um jogo, mas sim aqueles que o fazem quando estão brincando após os treinos.
Treinadores de categorias de base, com menor experiência, também são iludidos com o desempenho dos seus comandados, quando estabelecem comparativos com outros jogadores ou com craques já formados.
Neste contexto, o método utilizado é o grande vilão. Quase sempre quando se trabalha em categorias de base, o desenvolvimento do trabalho é centrado no método, esquecendo completamente o ser. Este trabalho tecnicista é uma herança da educação física da década de 70 e 80, e que acompanha o esporte não dando tréguas, e não dando aberturas a uma nova postura de treinos.
Quando em escolinhas ou em equipes de base de grandes times, o trabalho não é tecnicista, fica muito difícil sua aceitação por parte da sociedade circundante por não perceber movimentos técnicos que entendam como apropriados para o aprendizado do futebol. É sabido, porém que o aprendizado do atleta deve ser formatado em nível de memória de longo prazo e inconsciente cognitivo deverá ser ampliado o engrama esportivo relativo ao jogo, e as suas diversas situações. Este aprendizado se faz via pressão ou via lúdica, e o sistema ao qual o futebol esta acostumado é o sistema de pressão, agregado ao trabalho tecnicista. A via lúdica dificilmente será aceita pela sociedade atual de formação de atletas de futebol, pois a ausência do aspecto “seriedade” ira deixar duvidas no resultado positivo do trabalho.

2 Referencial Teórico

O processo ensino aprendizagem, quase sempre é algo que se apresenta como sendo de fora para dentro, ou seja, é quase sempre alguém ensinando algo a alguém, e quase nunca alguém orientando alguém a descobrir os caminhos do ensinamento por si, de dentro para fora. Entretanto, para Freire, o ato de estudar não é um ato de consumir idéias, mas criá-las e recriá-las, o que nos leva a pensar em como ensinar alguém a jogar futebol, dentro de uma sociedade cultural de que o jogador de futebol já nasce pronto. Dentro de uma psicologia Inatista, que nega ao ser humano o direito de transformar-se, o direito de atuar e crescer como ser humano, e dentro desse crescimento jogar futebol, mesmo sem ter sido previamente detectado como craque, gerando imobilismo e resignação, por considerar que as dificuldades não serão superadas, uma vez que entende que o meio não interfere no desenvolvimento do ser.
Na visão de Vygotsky, onde o ensino precede o desenvolvimento, devemos analisar o grande espaço existente entre a zona de desenvolvimento real em que se encontra o atleta agora, e a zona de desenvolvimento potencial, ou seja, onde este atleta chegará no futuro. Este espaço denominado por Vygotsky de zona de desenvolvimento proximal é onde irá atuar o professor no futebol, o treinador, que o irá conduzir neste espaço para que encontre o caminho com rapidez e facilidade.
Inicialmente pode-se entender que para fazer com que o ensino venha de dentro para fora, deve existir já um conhecimento prévio e inato no ser, psicologia inatista, e que como na visão de Vygotsky o ensino precede o desenvolvimento, não há como desenvolver o jogo de futebol sem antes ensinar.
Contudo, ensinar o que, de que forma e para quem. Então se passa a ensinar futebol de forma empírica demais, ou cientifica demais. No empirismo, são aqueles que querem ensinar o que sabem ou pensam de sabem por terem desenvolvido o jogo. No cientificismo, são aqueles que querem ensinar o que aprenderam nos bancos das escolas e nos livros estudados. Raras as vezes que se juntam empíricos com cientistas, discutem ações e chegam a um consenso comum.
Ao desenvolver o jogo pelo jogo, os empíricos deixam de observar inúmeras ações pertinentes as qualificações técnicas necessárias a boa disposição tática, pois seus anseios estão voltados para o conhecimento imediato buscando melhor qualificação para o trabalho. Ao elencar o tecnicismo os cientistas deixam de oportunizar o desenvolvimento do jogo, mais importante de todas as ações referentes à sua pratica, imaginando que a somatória de todas as ações técnicas individualizadas irão se transformar milagrosamente em jogo desenvolvido com o passar do tempo. O treinamento desportivo do futebol está muito ligado ao cartesianismo, de corpo e mente, deixando de preparar o jogador como um todo.
Assim sendo, surge o futsal como uma ferramenta com uma grande congruência no desenvolvimento da qualificação para ser utilizado pelo futuro praticante do futebol

2.1 Capacidade e habilidades desenvolvidas através do Futsal

Ao se treinar capacidades e habilidades para o futebol jogando futsal, estamos desenvolvendo o jogo, estamos desenvolvendo o ataque, a defesa, o contra ataque, as estratégias a aplicar, a competitividade, a consciência da importância de uma boa condição física para suportar o jogo com qualidade, o deslocamento sem bola, as coberturas, os apoios, as fintas, os dribles, entre outros.
Além disso, estamos dando ritmo de jogo ao atleta, experiência no jogar, no sair e transpor obstáculos de defesa, no produzir obstáculos de defesa, no retardar as ações do adversário, no acelerar suas ações dentro de suas estratégias, na recomposição rápida da defesa, na transição também rápida ao contra ataque e nos diversos posicionamentos que o momento do jogo ira requerer.
A prática do futsal irá contribuir também na qualificação técnica exigida para desenvolver o futebol, ou seja, a velocidade de reação e de raciocínio, a qualidade do passe, o ataque à bola, a potencia do chute com a devida manutenção do controle, o domínio da bola em vários ângulos, entre outros.
Todo este trabalho para capacitar e melhorar as habilidades motoras exigidas futuramente no futebol poderá ser adquirido naturalmente sem muita pressão e de forma lúdica com a prática do futsal.
Neste contexto lúdico, mas sem deixar de lado a seriedade e a importância da formação do atleta, o futsal irá contribuir na apropriação pelos atletas iniciantes de inúmeros fundamentos técnicos individuais, coletivos, táticos estratégicos entre outros. Existe no futsal uma importante sinergia de ação conjunta com o futebol.
Estas sinergias são a convergências das partes para um todo que objetive um mesmo resultado, ou seja, é o efeito da ação de vários agentes que atuam da mesma forma, cujo valor será superior no conjunto desses agentes se os mesmos atuassem sozinhos. Neste caso o futsal agiria como o agente do futebol responsável pelo desenvolvimento das partes do jogo, e principalmente o entendimento de como se joga e o que é um jogo, realizado ao mesmo tempo sem a dicotomia cartesiana.
Na analise feita por Bastos,
http://futsaldobastos.blogspot.com, sobre a importância do jogo, percebe-se que a capacidade de entender o jogo é fundamental para que se jogue bem, portanto para entender o jogo, somente jogando, ou desenvolvendo o jogo pelo jogo e não pelas partes.

3 - Considerações Finais e Conclusão

Considerando a visão atual no treinamento desportivo de libertação do sistema tecnicista, ou seja, centrado no método, e de forma a treinar o corpo sem observar o cognitivo consciente, a modalidade de Futsal poderá atuar como agente de preparação total ao jogador na apropriação das valências físicas, técnicas, táticas, estratégicas e psicológicas em um só momento, ou seja o momento do jogo de futsal.
Desta forma se conclui que existe uma grande sinergia entre o futsal e o futebol e que esta poderá ser aproveitada como iniciação ao futebol de uma forma total.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

JOGO

O JOGO NA CONSTRUÇÃO DO SER HUMANO E NO SEU PENSAR

Ao longo dos anos de experiência no trabalho com pessoas de várias idades sempre jogando com eles e ensinando a jogar, percebi que aqueles que entendem o jogo e que o desenvolvem de forma harmônica, competitiva e alegre, no sentido de conquistar vitórias, mas neste caminho conquistar muito mais amigos que inimigos tornam-se pessoas de cabeça pensante não apenas nos movimentos que o jogo proporciona, mas sim e também na forma de entender a vida, entender a política, entender princípios de democracia, de solidariedade, enfim tem uma melhor estrutura cerebral para entender o mundo e seus problemas, atuando mais concretamente na ajuda a uma busca de soluções.
Isto nos remete a dedução que ao pensar para desenvolver o jogo ao qual esta inserida a pessoa desenvolve juntamente uma capacidade de pensar ampliada, o que lhe facilita o entendimento geral do mundo e da vida.
Analisando a influencia e o poder do jogo em modificar e atuar na modificação do pensamento do ser humano, percebemos o ocorrido é o aumento da capacidade de utilização da rede neuronal, o que da uma ampliação na capacidade de pensar, e de entender tudo o que está a sua volta. Isto porque o jogo na verdade é uma estrutura complexa que exige do seu executante um grau elevado no nível de raciocínio.
Ao jogar a pessoa coloca em ação várias áreas do cérebro ao mesmo tempo, atuando de forma coordenada, exigindo deste uma ampliação da rede neuronal e um aumento na velocidade dos impulsos elétricos para acompanhar os movimentos do jogo, que apesar de partirem de ações individuais, são desenvolvidas de maneira conjunta, em situações de ataque, defesa e contra ataque, dentro de variações de táticas e estratégias, com elementos variáveis, objetivando uma conquista final, expandindo a forma de agir, de atuar e de lutar pelo bem coletivo, transformando desta forma o sujeito.

Palavras chave: Jogo, Ataque, Defesa, Contra ataque, Tática, Estratégia.



O Jogo
O jogo exige para o seu desenvolvimento uma serie de requisitos que deverão ser entendidos de forma distinta, porém realizados de forma conjunta. Devemos separar as várias fazes do jogo para a sua compreensão, porém não podemos separá-las para a sua execução. O jogo envolve elementos tais como; ataque; defesa; contra ataque; táticas; estratégias; níveis de risco alem de elementos variáveis como; torcida a favor; torcida contra, temperatura; altitude, uniformes, calçados, implementos para jogar entre outros. Portanto para atuar em um jogo o ser humano precisa desenvolver as inteligências: Lógica, Lingüística, inter pessoal, intra pessoal, corpóreo cinestésica, espacial, emocional.
É muito comum percebermos jogos onde alguns de seus executantes não estão conseguindo discernir com clareza qual momento do jogo estão desenvolvendo, muitas vezes quando a pressão da partida atinge altos índices de stress, o atleta pode não lembrar se esta atacando, defendendo ou contra atacando. A primeira vista isto pode parecer estranho e impossível, mas é o que acontece muitas vezes.
Para solucionar este problema, devemos deixar claro aos executantes as fases do jogo, e ensina-los a distinguir qual momento estão vivenciando, quais as táticas e estratégias adequadas para cada momento do jogo.
Inicialmente podemos dividir o jogo em três partes distintas: o ataque, a defesa e o contra ataque, estabelecer uma tática clara, e orientar uma estratégia flexível, analisar as variáveis do jogo tais como: Níveis de risco que podemos correr quais as pessoas que iremos utilizar como serão escalados e em quais momentos, qual a força total do nosso grupo e do grupo adversário, qual a força individual do nosso grupo e do grupo adversário, entre outros.
Em seguida analisar as competências para desenvolver o jogo, ou seja, técnica individual dos elementos, a técnica coletiva, ou como fica o conjunto das ações individuais, nível físico e psicológico dos componentes da equipe.




Fundamentos Essenciais Relativos A Prática Do Jogo

O Curso do jogo esportivo é relativamente simples, pois em poder do objeto do jogo (bola) e leva-lo até o objetivo (cesta, ponto, gol). Certamente é sabido que irá vencer aquele que conseguir marcar o maior numero de gols, ou cestas, ou pontos, tendo pela frente obstáculos de transposição construídos pelo adversário que tem a mesma intenção, ou seja, a vitória.
Portanto, o jogo é um problema que se apresenta, e que deverá ser resolvido de forma coletiva, através de ações individuais. A qualificação destas ações individuais é que irão determinar a qualidade das ações coletivas na forma de produção de obstáculos, ou na forma de transposição dos obstáculos encontrados durante a tentativa da conquista do objetivo.
Equivale a dizer, que na produção de movimentos para superar o adversário, será individualmente e como equipe, uma seqüência de movimentos que necessitarão de várias capacidades e habilidades, as quais irão determinar o sucesso ou o fracasso da tentativa de vitória durante aquele jogo.
Neste contexto, os fundamentos básicos individuais essenciais para a produção de obstáculos assim como para sua transposição são: Individuais; passe, arremate, domínio da bola, movimentação com e sem a bola, drible e finta, defesa e desarme. Físicos; força, velocidade em suas variáveis, resistência, potencia, agilidade. Psicologias; paciência, controle emocional, empatia, raciocínio lógico e abstrato, capacidade de planejamento rápido entre outros.
Os fundamentos básicos coletivos essenciais são, capacidade de conhecer as táticas e suas variáveis, capacidade de elaborar estratégias e flexibiliza-las nos momentos oportunos, capacidade de fazer a leitura do jogo, capacidade de determinar o ritmo do jogo, capacidade de produzir defesa e elaborar coberturas, capacidade de produzir ataques e dar apoio, velocidade de reação no posicionamento de contra ataque entre outros.

Desenvolvendo o Jogo

Quando já consciente do funcionamento estrutural do jogo, poderá então o grupo iniciar o jogo. Inicialmente é preciso fazer a leitura do jogo, de como o jogo esta acontecendo, quais são as táticas utilizadas pelas equipes, que tipo de estratégias poderá ser utilizada ou qual a estratégia utilizado pelo adversário, quais os pontos fortes e fracos das equipes, como tirar proveito disso, e como fazer quando a adversário percebe em nós um ponto fraco e começa a explorar.
Em seguida fazer uma releitura de como esta o jogo neste momento, de onde ele veio e como veio até aqui, e partindo daqui para onde o jogo se encaminha e de que forma percorrerá este caminho. Isso implica em saber o que fazer para mudar o jogo, ou o que o adversário poderá fazer para mudar este jogo, e qual nosso procedimento se o jogo mudar, qual a nossa qualificação para fazer o que?
Na parte física, como esta o ritmo do jogo, podemos sustentá-lo até o fim, poderemos aumentar o ritmo, o volume do ataque esta suficiente, estamos empregando a força necessária para o ritmo atual, precisamos de mais velocidade, ou mais explosão, poderemos sustentar o ritmo de explosão necessário ou temos que diminuir o ritmo?
Taticamente, qual nossa atitude de defesa, como o adversário montou sua defesa, quais são seus pontos vulneráveis, qual a velocidade de transição para o contra ataque, o contra ataque é produtivo ou esta perigoso, que estratégia de contra ataque adotar diante da qualificação do adversário, qual a precisão e a qualidade das ações individuais de ambas a s equipes?
Todos estes itens fazem parte do jogo objetivo, porém não poderemos esquecer do jogo subjetivo, aquele poderá fazer uma grande diferença no resultado, porém não o aparece no objetivo.
Assim sendo, como foi feito a construção mental antes do jogo, como pensar o jogo, antes e durante, como intuir, como construir o jogo subjetivamente para aflorar objetivamente com sucesso, como utilizar um sistema de signos no inconsciente coletivo, como acionar no coletivo o sistema de subsunção para deflagrar o sistema de signos.
E ainda, qual o sentimento que prevalece nos jogadores, o medo, a empáfia, o respeito, a seriedade a alegria, a segurança, a tranqüilidade, pois estes sentimentos deverão influenciar muito na tomada de decisões.


A TRANSPOSIÇÃO DE OBSTÁCULOS (Ataque)

Uma vez iniciado o jogo, na sua seqüência irão aparecer obstáculos para serem transpostos. Analisando comentários após o término de um jogo, percebemos que quanto maior o número de obstáculos a serem transpostos de ambas as partes, maior a euforia do combate realizado. Muitas vezes a partida foi tão cheia de obstáculos, que vencedores e vencidos estão se sentindo bem com o combate realizado.
Ao observarmos crianças, quando brincam sozinhas, ou em grupos reduzidos, elas mesmas produzem obstáculos imóveis ou fictícios que é para o jogo “ter mais graça”, portanto, a produção e a transposição de obstáculos durante a realização de uma partida é o que dá sentido ao jogo.
Para Zun Tzu, você pode se defender ferrenhamente e não perder uma batalha ou duas, porém para ganhar uma guerra e principalmente para conquistar um reino, você precisa além de uma defesa forte, um corpo de homens selecionados, preparados e qualificados para o ataque. Uma força de ataque para ser bem sucedida, deverá cair em cima do adversário como uma águia em sua vitima, sem que a mesma tenha tempo de reagir, portanto, ao entrarmos na disputa de um campeonato, se quisermos ser campeões, precisamos selecionar treinar e qualificar homens para o ataque e contra ataque, entretanto estes homens selecionados e preparados para tal, devem entender a raiz de como irão acontecer estas ações ofensivas na conquista da vitória

PRODUÇÃO DE MOVIMENTOS DE ATAQUE

Quando vamos desferir o golpe fatal do ataque deveremos fazer com que o adversário pense que estamos perdidos e desorientados. Isto posto, ele ira relaxar na defesa, ira transferir o pensamento de defender e pensar em se apropriar da bola para consignar o gol, este é o momento de desferir o golpe fatal. Nesta tentativa de produção de movimentos ofensivos os jogadores devem ter a consciência de quais as ações que envolvem uma boa produção de ataque.


MOVIMENTOS COMBINADOS

Ao colocar uma equipe para desenvolver um jogo, necessariamente seus componentes precisarão combinar alguns movimentos e posicionamentos, esta organização surge naturalmente em qualquer equipe, quando os atletas começam a fazer a leitura do jogo.
Desta de combinação de movimentos, nasce a necessidade da intervenção do treinador, que irá administrar e treinar estes movimentos para que façam parte do conjunto da equipe, isto é, que pertençam ao engrama coletivo da equipe.
Estes movimentos combinados são conhecidos popularmente como “Jogadas Ensaiadas”, na produção de movimentos ofensivos, necessariamente e naturalmente busca-se a combinação destes movimentos entre seus integrantes, portanto, treina-los é primordial.
Ao treinarem jogadas combinadas, o treinador deverá ampliar o leque de ramificações desta jogada, e implanta-lo na memória inconsciente dos atletas, para que ao se deparar com um obstáculo colocado em seu caminho, seu engrama acione subsunsores que encontrem uma saída rápida, natural e entendida por todos.
Assim sendo, precisamos reconhecer a característica pessoal de cada um dos integrantes do grupo com o qual trabalhamos, e criar a jogada dentro destas características, e não desenhar qualquer coisa em um papel e exigir de atletas sua execução sem a prévia avaliação da capacidade pessoal de cada um para aquele desenho.

MOVIMENTOS EXPONTÂNEOS
Quando estamos dirigindo um veiculo em uma cidade conhecida, ao encontramos um obstáculo que não permita seguir passagem por aquele caminho, imediatamente e sem pensar, desviamos espontaneamente e encontramos um caminho alternativo para chegar ao fim. Isto acontece porque nosso conhecimento do local e das redondezas é amplo, e temos em nossa memória inconsciente um mapa completo da região.
Ao oportunizarmos aos atletas, uma infinidade de movimentos espontâneos, estaremos deixando que os mesmos criem em sua memória motora um amplo mapa de movimentos com várias saídas para desviar obstáculos quando o adversário o produzir, além disso, com um grande mapa de movimentos no inconsciente coletivo, será fácil ao treinador, desenhar jogada para combinar, pois se houver algum obstáculo no caminho, a variante aparecerá espontaneamente.


SITUAÇÕES ESPECIAIS (CONTRA ATAQUE)

O contra ataque, parte de uma situação de desvantagem para uma posição de vantagem. Desvantagem, porque para sair em contra ataque a equipe precisa estar sofrendo um ataque do adversário, vantagem porque ao perder a bola o adversário demora alguns segundo para inverter no cérebro a posição de agressor para agredido.
Assim sendo, em vantagem numérica, se usar a velocidade de passes, com flutuação de bola em direções opostas, o adversário não terá a condição de reagrupar e organizar a defesa a tempo.
Entretanto, o contra ataque é uma arma poderosa, e como toda arma se não for bem utilizada poderá se voltar contra a própria equipe, pois existe o perigo de ao se lançar ao contra ataque, não concluí-lo, deixando a bola viva, esta poderá voltar contra si próprio.
Para a produção de um bom contra ataque, a equipe deve, possuir uma boa troca de passes, fazer a bola andar rápido, trocar a bola de direção para fazer a cabeça dos defensores rodar, ser objetivo, ter uma boa movimentação sem bola, e concluir.

A PRODUÇÃO DE OBSTÁCULOS (DEFESA)

Os grandes guerreiros, sempre se colocam em uma posição que torne a derrota impossível, desta forma o adversário percebe que não conseguirá vencer, e fica apenas esperando o momento da derrota.
Um reino ao tentar conquistar outro reino, só o poderá fazer, se suas defesas forem sólidas, pois ao se lançar ao ataque na conquista de um reino com sua defesa fraca, certamente um terceiro governante irá ocupar o país desguarnecido na defesa.
Portanto, a solidez de uma equipe esta na capacidade de sua produção de obstáculos impedindo que adversários penetrem em seu território defensivo sem levar um contra golpe mortal.
Jogar com um adversário com defesa intransponível, é saber que a qualquer momento sua equipe levará um gol e perderá o jogo. E de acordo com Vanderlei Luxemburgo, o medo de perder tira a vontade de ganhar.
Contudo, a produção de obstáculos é uma questão de atitude pessoal, muitos treinadores passam a vida ensinando seu atletas a atacar, as crianças crescem com instinto de ataque, os pais e a sociedade esportiva valoriza o ataque, desta forma, o plano de defesa no esporte é sempre olhado como sendo demonstrativo de qualidade inferior.
Entretanto, o que da segurança a uma equipe, a seu jogadores, seus dirigentes, e até a torcida, é perceber que sua defesa é sólida.


Conclusão

Portanto, fazendo uma analise das situações que o jogo proporciona evidencia-se que o mesmo auxilia na construção do pensar do ser humano. Toda a vivencia do jogo, toda a analise que ocorre durante o jogo, toda a preparação para desenvolver um jogo, todo envolvimento das pessoas no desenvolvimento, preparação e entendimentos das táticas e estratégias fazem com que o cérebro humano seja ampliado em sua ramificação neuronal útil, estabelecendo mudanças significativas no pensar daquele que esta inserido no contexto do jogo.
Portanto, aqueles profissionais que trabalham com pessoas no desenvolvimento de jogos, caso de treinadores e professores em educação física, deverão estar atentos para que tipo de influência estão proporcionando ao cérebro e ao pensar daqueles que estão ao seu comando.


Bibliografia


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KUNZ, Elenor – Educação Física – Ensino e Mudanças – Unijui Ijui 2001

TUBINO, M. G. e MOREIRA S. B. Metodologia Científica do Treinamento Desportivo

ZUN TZU,; A Arte da Guerra, Madras São Paulo – 2008